“Esse local é fonte de sustento e de renda de centenas de famílias. A gente precisa preservar o meio ambiente, que é rico, os nossos mananciais, a nossa natureza, os mangues para aumentar a produção de sururu, o pescado”, afirmou JHC.
O prefeito destacou, no entanto, que o volume de lixo na lagoa é muito grande. “Então, nós estamos dando o pontapé numa ação de estruturação de reciclagem para o Vergel. Temos aqui a Coopvergel, uma cooperativa que estamos ajudando a montar, e estamos fazendo esse trabalho de conscientização”, ressaltou.
Durante toda manhã, as equipes retiraram lixo e entulhos das margens da lagoa e dos mangues. Em dois dias, foram recolhidos em torno de 300 toneladas, já que os trabalhos começaram na sexta-feira (9). O resíduo seco ou orgânico foi levado para as cooperativas, já o material molhado teve como destinação final a Central de Tratamento de Resíduos (CTR), administrada pelo município.
Vaso sanitário, restos de geladeira, móveis, material de construção, brinquedos e todo tipo de entulho foi retirado de dentro da lagoa e também das margens.
A iniciativa reuniu cerca de 100 pessoas, entre agentes de limpeza, servidores do município, integrantes de cooperativas de coleta seletiva, voluntários e equipe do Batalhão de Policiamento Ambiental em um mutirão pela preservação do ecossistema, que contou ainda com 15 embarcações e 15 veículos.
O secretário municipal de Assistência Social, Carlos Jorge, informou que a iniciativa trata-se de uma ação socioambiental que vai continuar.
“Nossa comunidade sempre foi muito vulnerável com os lixos, resíduos. Faltava esse grande tratamento e essa educação ambiental também. Então, hoje a gente reuniu cooperativas, voluntários, a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável, a Semas, a comunidade para poder fazer a maior ação de limpeza que já teve aqui no Vergel”, disse o secretário.
José Cícero dos Santos é instrutor do projeto Mãe Natureza, trabalha como gari há 20 anos e dá palestra em escolas, conscientizando estudantes a cuidarem da natureza. “Esse trabalho não para por aqui. E o nosso trabalho quer trazer a melhoria para esses manguezais e a lagoa”, disse um dos participantes da ação.
Simone Ferreira Pereira, moradora da região, ajudava na limpeza como voluntária. Ela disse que nunca tinha visto uma ação como essa e que decidiu participar porque é líder comunitária e acha importante manter o lugar onde mora limpo.
“Viver na sujeira é um absurdo. Era bom que todo mundo participasse para manter a nossa favelinha limpa. Espero que o povo veja essa ação e bote a mão na consciência pra não jogar o lixo na orla”, afirmou.
Da Coopmundaú, Neide Bezerra dos Santos mora na orla lagunar há 50 anos e fazia a coleta de cascas de sururu para reciclar. “Todo dia eu boto a mão na massa. Venho para secar a casca do sururu, mas devido ao tempo, hoje não deu”, contou, ao falar sobre a ação.
“Se os moradores da comunidade contribuíssem, a Lagoa Mundaú era um paraíso, como sempre foi. Eu sempre conheci essa lagoa limpa, não tinha poluição, não tinha nada. Era beleza total, mas devido ao crescimento da população, ajudou muito a poluir, mas a ação vai ajudar a limpar”, concluiu.