Cerca de 15 alunos da rede pública municipal de ensino acompanharam, presencialmente, a um júri popular no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió, nesta terça-feira (30). A experiência única faz parte do projeto Jovem Juiz do Programa Cidadania e Justiça na Escola, parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a Escola Superior da Magistratura (Esmal).
Os alunos são dos 9° anos de seis escolas do Município que participam do programa que é executado há 20 anos em Alagoas. Cauê Santos, 15 anos, é estudante da Escola Municipal João Sampaio, no bairro Petrópolis. Ele sonha em ser advogado. O jovem prestou atenção em cada detalhe da dinâmica do julgamento.
“Como eu quero ser advogado, eu prestei atenção em tudo o que foi falado no júri. As perguntas do juiz, do promotor e também do defensor público, para que quando eu me formar, já tenha uma noção de como funciona”, contou o aluno.
Os estudantes observaram como é realizado um julgamento, ouviram os relatos das testemunhas do caso, as perguntas realizadas às testemunhas, toda a dinâmica que ocorre durante o julgamento. O júri popular foi realizado na 9ª Vara Cível da Capital de um crime contra a vida. Ao todo foram julgados dois réus por um júri formado por sete jurados.
Luzia Rodrigues, pedagoga da Semed e que faz a ponte com o programa da Esmal, explica como esses alunos foram selecionados para assistirem ao julgamento.
“Nós fizemos um processo seletivo no início deste mês. Nós enviamos um conflito, um caso hipotético, para que os alunos dos 9° anos dessas seis escolas escrevessem uma redação solucionando o caso hipotético. Daí, selecionamos as melhores redações de cada turma e o ganhador veio hoje viver essa experiência”, explicou.
Para a assistente social da Escola João Sampaio, Rose Mary de Araújo, é de suma importância os alunos participarem de atividades além dos muros das escolas.
“A vida é para além de uma sala de aula e o que eles aprendem, por exemplo hoje no Judiciário, levam para o cotidiano. Como a gente sempre frisa, o ensino precisa contemplar toda a vivência que o mundo externo possibilita”, destacou.