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Robô humanoide capaz de engravidar teria sido desenvolvido na China; entenda

25/08/2025 10h08 - Atualizado há 1 semana
Robô humanoide capaz de engravidar teria sido desenvolvido na China; entenda
Imagem gerada por IA/Freepik

Um robô humanoide capaz de carregar um bebê humano parece ter sido desenvolvido na China. Equipado com um útero artificial, o robô teria sido projetado para carregar um feto desde a concepção até o nascimento em um ambiente sintético e controlado. Mas isso pode não ser o que parece.

Segundo uma equipe de cientistas chineses liderados pelo Dr. Zhang Qifeng da Kaiwa Technology em Guangzhou, a tecnologia está em um estágio avançado de desenvolvimento e já foram realizados testes utilizando fluido amniótico sintético e sistemas de fornecimento de nutrientes que mimetizam o funcionamento do cordão umbilical.

No entanto, a Snopes, um site dedicado a verificar notícias e rumores, entrou em contato com a Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), de Singapura, onde Zhang seria listado como um PhD ou professor. Um porta-voz da NTU desmentiu a informação, afirmando que "não há nenhum graduado com o nome 'Zhang Qifeng' com doutorado na universidade", e que o instituto não estava conduzindo nenhum tipo de pesquisa relacionada a "robôs gestacionais".

Mas por que surgiu?

O desenvolvimento desse robô poderia ser uma resposta ao crescente problema da infertilidade e ao desejo de contornar as barreiras legais em torno da "barriga de aluguel", que tem sido um desafio para muitas famílias, especialmente em países com restrições legais rigorosas.

No caso da China, a proibição da gestação por substituição comercial gerou um mercado clandestino, o que torna a proposta do robô de gravidez uma solução inovadora e, ao mesmo tempo, controversa.

Para os cientistas, o robô, com um preço estimado de 100.000 yuan (aproximadamente US$ 14 mil), pode ser uma "opção mais acessível em comparação aos altos custos de gestação por substituição", um fator importante em um país com uma população envelhecendo rapidamente e uma crescente demanda por soluções reprodutivas.

A equipe de Zhang Qifeng projeta que o robô humanoide de gravidez poderá estar pronto para testes de implantação em humanos até 2026.

Mas, para que isso aconteça, uma série de testes clínicos, incluindo a realização de experimentos com animais de grande porte, serão necessários para garantir a segurança da tecnologia. Além disso, a obtenção das autorizações regulatórias e a aprovação ética podem levar mais dois anos, com o primeiro nascimento de um bebê por esse método previsto para 2027.

O cenário da China

A China atravessa uma das maiores crises demográficas de sua história.

A taxa de natalidade do país, que já foi uma das mais altas do mundo, caiu de forma dramática nas últimas décadas. Hoje, a nação enfrenta um dos maiores declínios populacionais do planeta, com a taxa de fertilidade total (TFT) caindo de 2,25 filhos por mulher em 1990 para cerca de 1,00 filho por mulher em 2023, muito abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher.

Em 2024, a taxa de fertilidade teve um leve aumento, chegando a aproximadamente 1,71 filho por mulher, mas permanece abaixo do nível de reposição. Em 2024, nasceram cerca de 9,54 milhões de bebês na China. Mesmo assim a população continuou a cair, com um declínio populacional estimado em torno de 1,39 milhão de pessoas, segundo a Divisão de População das Nações Unidas.

Um dos principais motores para a queda da natalidade na China foi a política do filho único, implementada em 1979 e que vigorou até 2015. A medida foi criada para controlar o crescimento populacional e, apesar de ter sido abandonada, os efeitos dela ainda são sentidos. Durante mais de 30 anos, o governo desencorajou as famílias de terem mais de um filho.

Outro fator que contribuiu para a queda da natalidade foi a mudança nas condições sociais e econômicas. A sociedade chinesa passou por transformações significativas nas últimas décadas. O adiamento do do casamento e da maternidade é um reflexo dessas mudanças. De acordo com dados do governo chinês, a idade média do primeiro casamento passou de 24 anos em 2010 para 28 anos em 2020. Já a idade média da maternidade aumentou de 26 anos para 29 anos no mesmo período.

Além disso, a infertilidade tem se tornado uma realidade crescente entre os casais chineses. Em 2023, 18,2% dos casais enfrentavam dificuldades para ter filhos, o que representa quase um em cada seis casais. 


FONTE: Por Exame
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