Rafael Maynart / Ascom SSP-AL
A manhã desta quinta-feira (22) marcou mais um capítulo decisivo no enfrentamento ao crime organizado em Alagoas. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) deflagrou uma grande operação integrada em parceria com as Polícias Civil e Militar para desarticular um braço da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que atuava em Maceió e Marechal Deodoro. Doze pessoas foram presas e aproximadamente R$ 100 mil em espécie, duas armas, munições e drogas foram apreendidos pelos policiais durante o cumprimento dos mandados.
A ação integrada foi coordenada pessoalmente pelo secretário Flávio Saraiva, que contou com o apoio do delegado-geral da PC-AL, Gustavo Xavier; do comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim; do chefe da Inteligência Integrada da SSP, delegado Gustavo Henrique, e do delegado João Marcelo da Dracco. A operação representou um duro golpe contra uma das maiores organizações criminosas em atividade no país, consolidando a atuação firme e estratégica da cúpula da Segurança Pública de Alagoas.
O secretário Flávio Saraiva reforçou que a ofensiva desta quinta-feira é parte de um esforço contínuo e diário da SSP contra o crime organizado. Segundo ele, o Estado tem adotado uma postura firme, com base em inteligência, integração entre forças e resposta rápida.
“Estamos mostrando que em Alagoas o crime não tem espaço. A atuação integrada das forças de segurança, com base em inteligência e planejamento, é o caminho mais eficaz para enfraquecer essas organizações. Diariamente, a SSP realiza diversas ações de combate ao crime organizado, em especial contra as facções criminosas. Só nos últimos três anos, realizamos mais de 450 operações integradas contra faccionados, que resultaram em mais de 1.100 prisões. Isso mostra que o enfrentamento ao crime aqui é constante e estratégico”, afirmou o secretário.
As investigações, conduzidas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco/PC-AL), revelaram uma complexa estrutura criminosa com envolvimento em tráfico de drogas, homicídios e circulação ilegal de armas. O trabalho investigativo foi resultado de meses de monitoramento, análise de informações e atuação técnica, que subsidiaram a expedição dos mandados pela 17ª Vara Criminal da Capital.
O delegado-geral Gustavo Xavier destacou o trabalho técnico da Polícia Civil e a importância das provas robustas reunidas durante as investigações para viabilizar o cumprimento dos mandados.
“A Dracco vem realizando um trabalho meticuloso, baseado em provas consistentes, o que tem garantido o deferimento de mandados judiciais e resultados expressivos como os de hoje. Essa é a prova de que o investimento em investigação qualificada, tecnologia e inteligência tem produzido efeitos concretos no combate ao crime organizado. Essas operações não nascem do acaso — são o resultado de muito trabalho silencioso e dedicado das nossas equipes”, declarou.
O chefe da Inteligência Integrada da SSP, delegado Gustavo Henrique, detalhou a atuação estratégica dos setores de inteligência na identificação dos alvos e no mapeamento das redes criminosas em atuação no estado.
“Apesar de as lideranças da facção Comando Vermelho estarem homiziados no Rio de Janeiro, especialmente no Morro do Alemão — o que praticamente inviabiliza qualquer ação direta do Estado de Alagoas naquele território, inclusive porque nem o próprio Estado do Rio de Janeiro consegue acessá-los com facilidade devido às dificuldades geográficas —, nossa inteligência monitora de forma constante os integrantes da facção que atuam em Alagoas. Esse acompanhamento permanente permite a deflagração de operações sistemáticas, como esta, que resultam na prisão de membros importantes da estrutura, inclusive gerentes locais, que respondem diretamente às lideranças cariocas”, disse.
Ele ainda complementou que "mesmo com todas essas limitações, a troca de informações entre a inteligência da segurança pública de Alagoas e do Rio de Janeiro é contínua. Nosso objetivo é subsidiar as autoridades fluminenses com dados que ajudem na localização e eventual prisão dessas lideranças que estão foragidas e protegidas em comunidades de difícil acesso. Essa cooperação é essencial para enfraquecer a cadeia de comando dessas facções”.
Batizada de Operação Comando Vermelho, a ofensiva mobilizou mais de 350 policiais e cumpriu 17 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em bairros da capital e no Conjunto Gislene Matheus, em Marechal Deodoro — áreas sob forte influência da facção criminosa. O volume da operação demonstra a gravidade da ameaça que a organização representava e a pronta resposta das forças de segurança do Estado.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, as forças de segurança prenderam 12 suspeitos, sendo nove com mandado de prisão e três em flagrante. Também foram apreendidas duas armas de fogo — uma pistola calibre .40 e um revólver calibre .38 com numeração raspada —, além de 30 munições, quantidades de maconha e aproximadamente R$ 100 mil em espécie, cuja origem será investigada.
O comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, reforçou a importância da integração entre as forças policiais e o papel da presença ostensiva da Polícia Militar no dia a dia da população.
“Essa operação envolveu um contingente expressivo, preparado para agir com precisão e segurança. É uma demonstração clara do preparo da nossa tropa para ações de alto impacto. A PM atua todos os dias de forma ostensiva, em todas as regiões do estado, e essa integração com as demais forças permite ampliar ainda mais os resultados. Estamos nas ruas, nos bairros e nas comunidades, protegendo o cidadão e combatendo o crime com firmeza”, afirmou o coronel.
A operação contou com a atuação conjunta de unidades especializadas das duas forças policiais. Pela Polícia Militar, participaram equipes da Rotam, Raio, Bope, Choque, 1º BPM, 12º BPM, 4ª CPM, 4º BPM, 5º BPM, BPA, BPTran e BPRv. Pela Polícia Civil, estiveram em campo agentes da Dracco, Core, DNarc e Oplit. A ação também recebeu suporte aéreo do Departamento Estadual de Aviação (DEA).
A SSP reforça a importância da colaboração da população no combate à criminalidade. Denúncias podem ser feitas de forma anônima e gratuita pelo Disque-Denúncia 181, com total garantia de sigilo.