GESTÃO SOB SUSPEITA: Justiça investiga síndico do Maceió Atlantic Suites por denúncias de irregularidades no condomínio

Acusações incluem má gestão financeira, falta de transparência e possíveis irregularidades em contratos e obras no condomínio.

05/08/2025 21h00 - Atualizado há 13 horas
GESTÃO SOB SUSPEITA: Justiça investiga síndico do Maceió Atlantic Suites por denúncias de irregularidades no
Foto: Reprodução

O empresário e síndico Alfredo Antonio Cezar Rebelo, que está à frente da administração do empreendimento Maceió Atlantic Suites, é alvo de uma série de denúncias graves que o associam a um suposto esquema de apropriação indevida de imóveis e irregularidades financeiras. As acusações, que sugerem a atuação de uma “máfia do condomínio”, foram levantadas por proprietários lesados e apontam para a necessidade de uma investigação aprofundada por parte das autoridades competentes.

Um dos pontos centrais das denúncias reside em um processo judicial movido pelos proprietários Breno Quintella Jucá e Ronaldo Braga Trajano contra o Condomínio do Edifício Maceió Double Reverse Flat. Em outubro de 2020, o juiz José Cícero Alves da Silva proferiu uma sentença que, a princípio, dava razão aos autores. A decisão determinava a fixação da taxa condominial em R$ 400,00, a restituição de valores pagos a maior desde 1999.

ESTRANHEZA

Juiz altera decisão prejudicando proprietários do empreendimento

Cerca de 140 proprietários foram lesados e muitos já perderam seus apartamentos

No entanto, em uma reviravolta judicial, o juiz, em fevereiro de 2021, acolheu embargos de declaração do réu e reverteu a própria sentença, extinguindo o processo. A mudança na decisão, considerada pelos proprietários como “estranha” e “inimaginável”, é vista como o ponto de partida para a série de acusações que se seguem. Segundo os denunciantes, o caso não é um fato isolado, mas sim parte de um padrão de atuação. Eles alegam que cerca de 140 proprietários foram lesados e perderam seus apartamentos por meio de dívidas questionáveis.

Rebelo chegou a ser afastado do cargo, mas conseguiu reverter a decisão. Além dos processos cíveis, o síndico e o condomínio são alvo de inquéritos criminais por ameaça, denunciação caluniosa, invasão de propriedade e apropriação indébita. A acusação mais grave é de que existe uma “organização criminosa” em operação no hotel Maceió Atlantic Suites, que nos últimos 26 anos teria lesado centenas de proprietários. Estima-se que essa organização teria movimentado cerca de R$ 1,162 bilhão. Os proprietários pedem que o Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia Federal investiguem a fundo as denúncias, a fim de determinar a natureza e a extensão dos crimes supostamente cometidos.

EFEITO

Caso de apartamento que virou canteiro de obras revelou esquema

Corretor encontrou local repleto de entulhos; fato foi registrado na delegacia

No Maceió Atlantic Hotel, um dos episódios mais emblemáticos da crise em curso envolve uma cobertura de cerca de 400 metros quadrados, avaliada em mais de R$ 5 milhões, que foi transformada em um verdadeiro canteiro de obras pela administração do hotel, sem qualquer contrato ou pagamento de aluguel. Em junho, um corretor foi chamado para avaliar o imóvel, autorizado formalmente pela inventariante, foi impedido de entrar pela segurança do hotel, que agiu sob ordens da diretoria, gerando um clima de intimidação e conflito.

Ao acessar o imóvel por conta própria, o corretor encontrou o apartamento em estado precário, com paredes demolidas, piso arrancado e materiais de construção espalhados. Sua tentativa de registrar fotos e vídeos foi duramente reprimida pelos funcionários, culminando em sua condução à Central de Flagrantes sob acusação inicial de invasão, que depois foi retirada. O caso gerou denúncias contra a administração do hotel por obstrução de posse e ameaça, e segue sob investigação da Delegacia de Proteção ao Turista, simbolizando o clima de tensão e abuso que marca a gestão do empreendimento.

A Notícia tentou entrar em contato com a parte acusada para obter esclarecimentos sobre os fatos, porém não obteve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para que a defesa apresente sua versão dos acontecimentos.


FONTE: Por A Notícia Alagoas
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