Restos mortais que indicam um cemitério pré-hispânico de 1.000 anos foram desenterrados no norte de Lima por trabalhadores que cavavam sob a capital peruana para instalar um gasoduto, disse um arqueólogo à Reuters na quinta-feira (31).
O túmulo foi encontrado em uma rua residencial a apenas dois metros do portão principal de uma casa.
Jose Pablo Aliaga, arqueólogo da empresa de distribuição de gás Calidda, disse que os restos de um homem enrolado em panos funerários junto com cerâmicas provavelmente apontavam para um complexo de sepultamento, após outro corpo ter sido encontrado nas proximidades no mês passado.
"A evidência material sugere que pode ser um enterro da cultura Chancay, de aproximadamente 1.000 a 1.200 anos atrás", disse Aliaga, referindo-se a uma civilização costeira baseada na pesca, conhecida por seus têxteis e cerâmicas.
"Provavelmente estamos sobre um cemitério pré-hispânico, pois encontramos outro sepultamento virando a esquina daqui", acrescentou ele.
É comum que empresas que escavam sob Lima contratem arqueólogos devido ao número de sítios espalhados pela cidade.
No mês passado, funcionários da Calidda, trabalhando no mesmo distrito de Puente Piedra, descobriram os restos de uma mulher mumificada, que os pesquisadores estimam ter mais de 900 anos.
A capital do Peru, com 10 milhões de habitantes, abriga mais de 400 sítios arqueológicos espalhados pela cidade. A própria Calidda já relatou mais de 2.200 descobertas arqueológicas nas últimas duas décadas, a maioria delas rastreada até a cultura Chancay.
A nação sul-americana é lar de centenas de sítios arqueológicos, incluindo a cidadela Inca de Machu Picchu na região andina de Cusco, e as antigas Linhas de Nazca gravadas no deserto costeiro de sua região de Ica.