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(Políticas Públicas) Mais de 500 pessoas são abordadas em uma semana do Censo da População em Situação de Rua

Alagoas é o 4º estado no Nordeste a realizar estudo aprofundado sobre esse problema social com o objetivo de guiar políticas públicas e garantir direitos

29/07/2025 02h49 - Atualizado há 15 horas
(Políticas Públicas) Mais de 500 pessoas são abordadas em uma semana do Censo da População em Situação de Rua
Censo é executado por uma equipe do projeto Anjos da Paz, formada pela secretaria de Estado de Prevenção à Violência

Hannah Copertino / Agência Alagoas
 

Perda de laços familiares e de contato com amigos, falta de estudos e de trabalho, dependência química, doenças, preconceito... Esses são os principais motivos que levam alagoanos e alagoanas a perder a sua moradia, sua rede de apoio e a chegar ao ponto de viver nas ruas. Escutar essas histórias e acolher essas pessoas têm sido a missão dos entrevistadores do Censo da População em Situação de Rua, realizado pelo Governo de Alagoas em todo o estado. Em uma semana, 505 pessoas foram abordadas. Dessas, 419 foram entrevistadas e 86 se recusaram a responder ao questionário.

 

O estudo teve início nas instituições de acolhimento a pessoas em situação de rua. Foram visitadas as Casas de Ranquines do Centro de Maceió, Benedito Bentes e Rio Largo, além dos Centros Pop I, II e III, situados na capital. Nos próximos dias, o trabalho segue em outras instituições e pelas ruas de Maceió. Logo após, o censo será feito no interior do estado.

 

O censo é executado por uma equipe do projeto Anjos da Paz, formada pela secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), reunindo a Rede Acolhe, Casa de Direitos e Ronda no Bairro, além das Secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), de Comunicação (Secom) e pesquisadores do Instituto DataSensus. Entre os profissionais, estão psicólogos e assistentes sociais em uma abordagem humanizada aos entrevistados.

 

“A nossa equipe tem sido muito bem recebida pelas pessoas e pelas instituições visitadas. Ficamos muito gratos por isso. As entrevistas estão sendo feitas por técnicos treinados justamente para ir além das perguntas, gerando, assim uma escuta qualificada, acolhimento e orientação ou um encaminhamento quando necessário. São pessoas com histórias marcantes, de rompimento de vínculos e violações de direitos, situações que geram transtornos mentais, traumas, bloqueios, problemas que dificultam ainda mais a saída das ruas. Esse trabalho busca dar visibilidade à essa população, entendendo suas necessidades e garantindo seus direitos fundamentais para uma vida digna”, explicou Áurea Vasconcelos,  coordenadora dos Anjos da Paz.

 

Alagoas é o 4º estado do Nordeste a realizar esse estudo aprofundado, cujos dados irão embasar políticas públicas voltadas a pessoas em situação de rua. O censo está previsto nas ações do Plano Integrado de Acolhimento a Pessoas em Situação de Rua, executado desde junho, envolvendo diversas secretarias e instituições.

 

“O Plano Integrado de Acolhimento é uma resposta concreta do Governo de Alagoas ao desafio de garantir dignidade às pessoas em situação de rua. O censo será fundamental para que possamos conhecer a fundo essa realidade e, com base em dados, direcionar políticas públicas mais eficientes, humanas e integradas. Esse trabalho articulado entre secretarias, órgãos de controle e o movimento social representa um novo tempo de cuidado e respeito com essa população”, afirmou o secretário de Estado de Prevenção à Violência, Ricardo Dória.

 

Os dados do censo e as ações realizadas pelo Governo serão disponibilizados ao público por meio do Observatório da População em Situação de Rua em Alagoas, hospedado no portal Agência Alagoas. A divulgação amplia a transparência e fortalece o controle social.

 

A realização do censo conta com o acompanhamento e apoio do Movimento Nacional da População em Situação de Rua em Alagoas. “É emocionante, muito bonito. Esse atendimento realmente acolhe a nossa população. Estamos vivendo um novo momento, de esperança para essas pessoas”, disse a coordenadora estadual e suplente nacional do movimento, Luana Vieira.

 

Esperança também foi a palavra usada por seu Josenildo da Silva e dona Maria da Silva para descrever esse momento de responder ao censo que vai guiar políticas públicas mais eficazes para garantir direitos sociais e dignidade humana. “Meu sonho, minha esperança é ter a minha casa”, disse Josenildo. “Há vida, há esperança de ter o meu cantinho”, falou dona Maria.

 

Plano Integrado de Acolhimento: ações em curso, além do censo

 

O Governo de Alagoas já executa, de forma permanente, uma política de atenção à população em situação de rua, com equipes de abordagem social, encaminhamento para unidades de acolhimento, acesso a serviços de saúde, oferta de cursos profissionalizantes e inclusão produtiva. Também são realizadas ações de emissão de documentos, entrega de kits de alimentação e de higiene pessoal. Recentemente, o número de vagas em casas de acolhimento foi triplicado, passando de 160 para 480. Além disso, foi instituído o aluguel social no valor de R$ 800,00 e ampliada a entrega de moradias definitivas.

 

 

Para expandir ainda mais essa rede de acolhimento, a Seades abriu um chamamento público para selecionar Organizações da Sociedade Civil que queiram atuar nesse serviço. As organizações deverão prestar atendimento institucional qualificado a pessoas em situação de rua. O edital está disponível em assistenciasocial.al.gov.br e as propostas devem ser enviadas para o e-mail [email protected].


FONTE: Governo de Alagoas
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