A sessão da Câmara Municipal de Maceió desta quarta-feira (9) escancarou mais uma vez o nível preocupante de desordem e instabilidade que domina o Legislativo da capital. Uma simples Moção de Aplausos proposta pelo vereador Leonardo Dias (PL), em apoio ao projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional, quase terminou em agressão física entre parlamentares.
A matéria, que já havia sido impedida de avançar no dia anterior com o esvaziamento proposital do plenário, voltou à pauta em meio a uma sessão conturbada. O vereador Allan Pierre (MDB) contestou a legalidade da proposta, apontando falhas regimentais e ausência do número mínimo de assinaturas exigidas para esse tipo de manifestação.
A crítica acendeu os ânimos: Leonardo Dias reagiu aos gritos, bateu na mesa e exigiu explicações. Pierre se levantou e foi em direção ao colega, sendo contido por outros vereadores antes que o confronto passasse das palavras para os empurrões. Diante da confusão generalizada, o presidente da Casa, Chico Filho (PL), mandou cortar os microfones e suspendeu a sessão.
O episódio, mais um em uma sequência de tumultos no plenário, expôs o despreparo e o clima de beligerância entre os parlamentares, que têm transformado o espaço legislativo em um ringue político.
Após a suspensão, a moção foi retirada da pauta. Mesmo vereadores da base aliada reconheceram os erros no trâmite e defenderam que a proposta fosse reapresentada seguindo os critérios regimentais.
Leonardo Dias pediu desculpas pela forma como reagiu, e o presidente Chico Filho anunciou a realização de uma reunião para discutir possíveis mudanças no Regimento Interno da Casa — tentativa de trazer um mínimo de ordem a uma instituição cada vez mais marcada por episódios de desorganização, vaidade e conflito.
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