O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, realizou a sua 15º captação de órgãos destinados aos cidadãos que estão na lista de espera por transplante no Brasil. O fígado, as córneas e os rins captados nessa terça-feira (29) foram disponibilizados a alagoanos cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde (MS). Somente este ano, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou 116 transplantes em Alagoas, mas quase 500 ainda estão na lista de espera.
Os dados são da Central de Transplantes de Alagoas e apontam que foram realizados 100 transplantes de córneas, cinco de rim, 10 de fígado e um de coração, beneficiando quem convivia com a esperança de receber um novo órgão. Entretanto, 498 alagoanos estão na lista de espera, sendo 485 esperando por uma córnea, 11 por um rim e um aguarda por um fígado.
“Este mês tivemos a primeira paciente a receber um transplante de coração na rede pública de Alagoas. O procedimento foi realizado pelo Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, e marcou um avanço histórico para a saúde alagoana. A captação havia sido feita em um paciente do Hospital Geral do Estado, cujos familiares também autorizaram a captação”, lembrou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
15ª captação
A captação foi possível depois que uma família disse “sim” para a doação de órgãos. Dessa vez, o doador foi um homem de 28 anos, diagnosticado com morte encefálica, após sofrer um traumatismo crânio encefálico. O diálogo com os familiares foi mediado pela Organização de Procura de Órgãos (OPO), que conta com uma equipe multidisciplinar especializada para atuar nesses casos.
“Eu autorizei a doação dos órgãos dele para que salvasse outras pessoas que estão na lista de espera. Os órgãos dele vão servir para salvar cinco ou seis pessoas. E se toda a população pensar assim como eu, diminuiremos essa lista de espera pelo transplante. Eu perdi o meu filho, mas eu sei que ele vai viver em outras pessoas”, declarou Sandra Palmeira, mãe do doador.
A irmã do doador, Tainara Palmeira, acrescentou que toda a família esteve de acordo com a doação dos órgãos. Ela comentou que todos estão satisfeitos com o atendimento recebido no HGE, desde a admissão do irmão e enfatizou que é possível salvar vidas mesmo após a morte.
“Está sendo difícil sim para nós todos que somos familiares dele. É muito triste perder quem a gente ama, mas ficamos confortados em saber que o nosso ente irá salvar outras pessoas que estão na lista de espera. Por isso, convido a todos a pensar assim, não desperdiçando o que será enterrado, permitindo a concretização da esperança de quem ainda pode viver”, apelou a irmã do doador.