O Jornal de Alagoas verificou denúncia nesta quinta-feira (8) que a prefeitura de Maceió alugou prédio fechado, com estrutura precária, para reutilizar na construção de uma creche. O prédio fica localizada no bairro Antares, na Via Expressa, próximo ao Pátio Shopping.
"Aquele galpão ali está parado há mais de 10 anos. Eles começaram a reutilizar uma estrutura de madeira bem simples e querem colocar mais de mil alunos lá da rede municipal lá, como se houvesse realmente uma condição mínima", revelou a denúncia.
Nesta quinta-feira (8), a reportagem encontrou funcionários de empresa terceirizada contratada pela prefeitura para realizar a obra. Eles confirmaram que irá funcionar uma unidade escolar básica no local, no entanto, impediram a equipe de fotografar e filmar.
Aproximadamente 1350 crianças, de zero a cinco, anos seriam atendidas na unidade. A maioria dos pequenos residem nos conjuntos Cidade Sorriso I, e nos bairros Beneditos Bentes, 1 e 2, Graciliano Ramos e Salvador Lira.
Mesmo sem entrar no prédio, o denunciante questionou a reutilização do espaço, que não passa por reforma há uma década. “Vendo da parte de fora da estrutura, você já percebe que tudo o que eles estão fazendo é de um jeito muito rápido, de uma maneira irregular, sem planejamento”, afirmou.
“Enquanto isso não acontece”, continua, “as crianças sofrem porque precisam ir para bairros muito mais distantes; por que muitas das vezes o transporte não é eficaz já que não condiz com o horário de trabalho dos pais; e quem sofre são eles mesmos”, questionou.
A falta de acesso à educação da primeira infância em vários conjuntos da capital alagoana não é novidade. A gestão do prefeito JHC (PL) vem sem pressionada pela população maceioense quando à quantidade de crianças fora da sala de aula, um direito constitucional.
Recentemente, o Jornal de Alagoas revelou indignação de pais e mães de criança de colo que moram no Conjunto Cidade Sorriso I em relação a demora do início das aulas no Centro de Educação Municipal de Infantil (CMEI) Professora Ivaneide Santana Freitas.
As aulas deveriam ter começado em fevereiro de 2023, porém, o prédio ficou um ano e dois meses sem funcionar, mesmo com a creche pronta, do ponto de vida estrutural. Em relação às condições do prédio em desuso, Secretaria Municipal de Educação (Semed) não se posicionou prontamente. O espaço está aberta para utilização.
*Estagiário sob supervisão