“No período escravocrata, os quilombos foram fonte de organização sociopolítica, de sobrevivência e de liberdade. O rap, por sua vez, carrega um tanto do esforço civilizatório de jovens negros da periferia, que criam música a partir de suas dores, buscando fazer das narrativas musicais, pautadas por suas experiências de vida, uma arma capaz de intervir no jogo da segregação e do racismo estrutural que vivemos no Brasil”, explica a pesquisadora.
O programa incluiu uma aula de campo no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que fica localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, onde os jovens tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Alagoas, sua cultura e o seu povo.
“Considerando a potente figura de Zumbi dos Palmares, o qual circundava as letras cantadas pelos jovens nas rodas de rap, apostamos nas afetações possíveis deste segundo momento, quando levamos os jovens até o Memorial. Dessa forma, pudemos investigar os efeitos clínico-políticos de um dispositivo de escuta, que é a roda de rap, no espaço do Quilombo dos Palmares, junto aos adolescentes e jovens do sistema socioeducativo de Alagoas”, afirmou Jéssica Michelle.
Para o secretário de Prevenção à Violência, Kelmann Vieira, a ação pedagógica é fruto de uma profunda transformação do Sistema Socioeducativo. Ele ressalta que as melhorias estruturais e metodológicas têm contribuído comprovadamente para a prevenção à reincidência infracional de adolescentes em conflito com a lei e fizeram do Estado referência para todo o Brasil.
“O Sistema Socioeducativo de Alagoas se destaca nacionalmente como um modelo a ser seguido. Hoje, oferecemos atendimento integral aos nossos adolescentes e um olhar voltado para a ressocialização, seja com a educação, com a profissionalização, o esporte, e com toda estrutura muito bem organizada. Com total apoio do governador Paulo Dantas, estamos avançando e inovando diariamente rumo a um atendimento socioeducativo de excelência”, enfatizou.
12º CONGRESSO RUESPY
O 12º Congresso Ruespy é destinado a estudantes, professores-pesquisadores e profissionais das áreas de psicanálise, psicologia, educação, saúde mental e ação social e incluirá debates interdisciplinares sobre práticas e propostas educativas, experiências clínicas e sociais, além de pesquisas acadêmicas e outras atividades envolvendo a psicanálise numa conversação com a cidade.