11/06/2022 às 09h48min - Atualizada em 11/06/2022 às 09h48min

Idosa de 75 anos é resgatada pela Defesa Civil de Maceió

Na manhã seguinte a casa onde ela morava colapsou parcialmente

Alagoas Atenta com Prefeitura de Maceió
Dona Francisca morava em uma área de risco em Riacho Doce. Foto: Gabriel Moreira/Secom Maceió

Duas horas da manhã do dia 26 de maio de 2022, quinta-feira. Enquanto a maioria dos maceioenses, que moram em locais seguros, dormiam tranquilamente, Dona Francisca, 75 anos, moradora de uma área de risco localizada no Alto do Cruzeiro, em Riacho Doce, era retirada de sua casa para ter sua vida salvaguardada.

Agentes operacionais e sociais foram acionados por volta das 23h do dia 25 de maio para a localidade, que fica no litoral norte de Maceió.

Leandro Manoel, líder comunitário na região, foi quem acionou a Defesa Civil. Ele também integra o grupo de 44 Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDEC’s) e desde as primeiras horas da quarta-feira percorreu as comunidades do bairro, a fim de alertar a população sobre os riscos de deslizamentos e desabamentos em decorrência das chuvas que caíam em Maceió.

Leandro Manoel integra o Nudec em Riacho Doce e foi quem acionou a Defesa Civil. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Leandro Manoel integra o Nudec em Riacho Doce e foi quem acionou a Defesa Civil. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Leandro Manoel integra o Nudec em Riacho Doce e foi quem acionou a Defesa Civil. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Naquele dia, os pluviômetros registraram 145 mm em 24h. Uma mensagem de texto foi enviada às 9h49 da manhã para toda a população maceioense, alertando para o alto risco de deslizamento de massa, orientando a população que reside nessas áreas a procurarem local seguro, na casa de parentes ou nos abrigos municipais. Dona Francisca e seus familiares não atenderam ao chamado.

A intervenção de Leandro foi de extrema importância para que a família fosse convencida a ser retirada do local. Como integranten do Nudec, Leandro, passou pelo curso de formação e recebeu todas as orientações necessárias para essa atuação, a exemplo dos demais participantes dos Núcleos.

“O curso foi muito importante para que eu pudesse estar preparado em um momento como esse”, afirmou Leandro.

Mesmo com todo o trabalho do Nudec, na tentativa de convencimento para que Dona Francisca e sua família saíssem do local, eles insistiam em ficar. Após a chegada dos agentes sociais e operacionais, em algumas horas de conversa, as equipes tiveram êxito.

A RETIRADA

O local é de difícil acesso. Pouco iluminado e escorregadio. Chovia muito naquela madrugada, o que dificultava ainda mais o trabalho dos agentes.

“Nós não poderíamos permitir que aquela família permanecesse no risco. Nossa missão é garantir que as vidas sejam salvas”, enfatiza o Diretor Social, Eugênio Dantas, que esteve no local desde o início da ocorrência.

Diretor Social, Eugênio Dantas, acompanhou a ocorrência e ajudou na retirada da família. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Diretor Social, Eugênio Dantas, acompanhou a ocorrência e ajudou na retirada da família. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Diretor Social, Eugênio Dantas, acompanhou a ocorrência e ajudou na retirada da família. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

Com dificuldade de locomoção, a idosa precisou ser carregada pelos agentes até a parte de cima da barreira. Um ônibus disponibilizado pela Prefeitura já aguardava Dona Francisca e sua família.

Ao todo, seis adultos e três crianças saíram no local. A barreira na frente das três casas de taipa já havia deslizado, e com o solo saturado as chances de um novo deslizamento eram altas.

As famílias foram levadas para o novo abrigo municipal, montado de forma preventiva para receber as famílias desalojadas nesse período chuvoso.

LOCAL SEGURO

No abrigo, Dona Francisca e sua família, além de estarem em um lugar seguro, receberam toda a assistência necessária.

Até o momento, sua família e demais abrigados são alimentados com quatro refeições diárias e têm toda a estrutura que precisam como cozinha, colchão, roupa de cama, higiene, serviços de saúde e atendimento psicossocial, trazendo dignidade para todas as pessoas desalojadas.

Não somente a família da dona Francisca, mas todas as outras 61 que estão no local recebem o acolhimento das assistentes sociais e dos colaboradores da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Essas pessoas realizam um cadastro para serem encaminhadas para o programa de aluguel social, cujo benefício é concedido por seis meses, podendo ser renovado por mais seis, o valor pago é de R$ 250,00 mensais, para auxiliar nos custos de um novo aluguel.

Nos casos de casa colapsada ou que precisarão ser demolidas por risco iminente ou parcial de desabamento, o encaminhamento é feito, além do aluguel social, para a Secretaria Adjunta de Habitação Popular, incluindo o nome dessas famílias para serem contempladas com uma nova residência, um novo lar.

Como é o caso de mais de 480 famílias, que já receberam novos apartamentos nos Condomínios Alamedas, no Benedito Bentes.

CHUVAS INTENSAS

Já estamos no período chuvoso. Somente no mês de maio choveu 95% a mais do que era esperado. O Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cimadec) registrava um acúmulo de aproximadamente 294 mm previstos para todo o mês, mas choveu 570 mm.

O setor operacional atendeu 518 ocorrências registradas, sendo mais de 190 por deslizamento de terra. Os agentes trabalharam 24h por dia (em escala) desde o dia 24 de maio, quando as chuvas intensas iniciaram em Maceió. A capital contabilizou 239 famílias desalojadas e 33 desabrigadas. Não houve nenhuma vítima fatal.

“O período de chuva continua e a Defesa Civil segue monitorando para trazer os alertas à população e salvar vidas. Por isso, quando nossos alertas são emitidos, é importante que as famílias obedeçam e se dirijam a locais seguros”, acrescenta o coordenador Abelardo Nobre.

Para se cadastrar e receber as mensagens basta enviar o CEP da localização por SMS, para o número 40199, de forma gratuita. Nos casos de risco de desabamento e/ou deslizamento, as famílias devem acionar a Defesa Civil através dos números 199 e 156 para receber os atendimentos necessários.

 

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