A um ano de completar 60 anos de história, o Arquivo Público de Alagoas (APA), órgão vinculado ao Gabinete Civil, desde 2007, se mantém renovado para preservar e divulgar o acervo documental histórico e administrativo do Estado, mesmo em tempos de pandemia. Nesta quarta-feira (30), o APA completa 59 anos de estímulo à pesquisa e proximidade com o cidadão, como pilares da gestão desde 2015. Nesses últimos seis anos, o Gabinete Civil, por meio do APA, promove ações que visam destacar a importância de preservar a memória histórica do Estado e resgatar o sentimento de pertencimento por Alagoas.
Com a temperatura monitorada e mantida em 25° e a umidade em até 60°, o APA dispõe de 3 milhões de arquivos, datados do ano de 1711 em diante, do Império à República.
APA potencializa calendário alagoano com diversos eventos
Essas iniciativas ganharam força com os preparativos do Governo para o Bicentenário de Alagoas. De lá para cá, eventos como o Chá de Memória e Alagoanidade entraram no cenário cultural do Estado e, a cada evento, discutem temas relacionados à história e a Alagoas.
No início deste ano, o mundo inteiro foi surpreendido com uma devastadora doença que exigiu medidas de isolamento social para impedir o avanço do coronavírus. As determinações sanitárias inviabilizaram as ações culturais presenciais, como os já tradicionais Chás de Memória, Alagoanidade, Memória de Gerações e Suquinho de Memória.
No entanto, com criatividade e a ajuda da tecnologia, o atendimento aos pesquisadores continuou de forma remota, por meio da divulgação do acervo nas redes sociais, contatos telefônicos e e-mail, afinal, a busca por conhecimento não pode parar. Para 2021, a ideia é transferir esses eventos para as plataformas virtuais e continuar a propagação da cultura popular de Alagoas.
Crédito: André Palmeira
Estímulo à Pesquisa e Parcerias
As parcerias conquistadas nos últimos anos também contribuíram significativamente para que o processo de dinamização do APA desse certo. Em 2016, foi uma parceria com a Fapeal que possibilitou estruturar o serviço de restauração, catalogação e digitalização do acervo documental. A partir dali, foram implantados procedimentos padrões com técnicas de conservação, que por meio de oficinas, foram difundidas para servidores, colaboradores e bolsistas. Todo o conhecimento adquirido foi adotado pela equipe técnica do APA, para atender o pesquisador, garantindo a preservação dos documentos e dos livros do acervo.
Em 2019, a proposta foi investir na educação patrimonial. Com apoio do Programa Criança Alagoana (Cria), a parceria com o grupo de estudos Representações do Lugar (Relu), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Arquivo Público inovou e inspirou pais e professores durante a pandemia. A criação do mascote, Moacirzinho, que homenageia o professor Moacir Medeiros de Sant’ana, que junto à Turma do Guerreirinho, personagens mirins do folclore regional, desenvolvidos por alunos do Relu, ganharam vida com a divulgação do Calendário Cultural 2020 e outras atividades didáticas, como quebra-cabeças e livrinhos para colorir com a temática folclórica, arquitetônica, cuidados com livros e até cartilha de prevenção ao Coronavírus, tudo produzido com uma linguagem voltada para o público infantil. Todo o material está disponível para download gratuito na bio do perfil @Tatipirun.Relu e no @arquivopublicoalagoas.
Crédito: André Palmeira
Na primeira edição da Revista do Arquivo Público, de 1962, Deraldo Campos, ex-secretário de Educação de Alagoas, afirmou: “o Arquivo Público é um órgão destinado a preservar os documentos de valor legal, administrativo ou histórico, fazê-los conhecidos e ao alcance da administração e dos pesquisadores é um estímulo à condução racional da máquina administrativa, livre da improvisação e da superficialidade”.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido desde o dia 30 de dezembro de 1961, quando a Lei 2.428 criou a principal entidade arquivística do Estado. E sob exemplo deixado pelo professor Moacir Medeiros de Sant’Ana, que por mais de 45 anos dirigiu o APA e se dedicou a revelar o tesouro que habitava nas caixas de documentos armazenados nos porões do Museu Palácio Floriano Peixoto, o Arquivo continuará virtualmente aberto para atender o público e divulgar seu acervo para estimular a curiosidade do pesquisador por Alagoas. As redes sociais do Arquivo e o site do APA disponibilizam os catálogos do acervo. Havendo interesse do pesquisador, basta entrar em contato por telefone ou e-mail.
A superintendente do APA, Wilma Nóbrega, ratificou o compromisso e a dedicação necessária para manter o órgão ativo: “Apesar de pequena, nossa equipe é capaz de um trabalho grandioso, reconhecido pelo público e colaboradores, seja nos eventos ou no atendimento diário. E é fundamental destacar que nada seria possível, eventos, concurso, acessibilidade, dentre outros serviços oferecidos pelo APA, sem o suporte garantido pelo Gabinete Civil, que acredita nas ideias e proporciona a consolidação de cada projeto”.