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Psiquiatra revela sinal precoce em bebês associado ao diagnóstico de TDAH

08/10/2025 16h01 - Atualizado há 3 horas
Psiquiatra revela sinal precoce em bebês associado ao diagnóstico de TDAH
Foto: Reprodução/Freepik

Colocar um bebê para dormir nem sempre é uma tarefa fácil. Há momentos em que os pequenos simplesmente não querem dormir. Pois, enfrentar problemas com sono na infância é comum, no entanto, também pode ser um sinal de alerta associado ao TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Em entrevista à CRESCER — durante o 17º Congresso Brasileiro de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), realizado em Porto Alegre (RS) entre os dias 17 e 20 de setembro — Sérgio Nolasco, psiquiatra, especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela Unicamp (SP), explicou que um sintoma frequente e precoce do TDAH é a alteração de sono nos primeiros anos de vida.


Segundo o especialista, ao longo do tempo, o sono foi associado a condições psiquiátricas, em geral, no entanto, o TDAH é um dos transtornos mais associados a esse problema. Um estudo realizado na Suécia apontou que cerca de 1 em 4 crianças com problemas severos para dormir na infância foram diagnosticadas com TDAH posteriormente.


O trabalho foi realizado com um grupo de 2.518 crianças de 6 a 18 meses. As famílias receberam um questionário e 83% delas responderam. Um grupo de caso específico de crianças de 6 a 12 meses foi separado da seguinte maneira: um com problemas graves e crônicos de sono (27) e outro sem problemas sérios de sono (27) .

Após 5,5 anos de idade, sete das crianças no grupo com problemas de sono preencheram os critérios para o diagnóstico de TDAH. Nenhuma das crianças do grupo controle se qualificou para o diagnóstico. Os pesquisadores reconhecem que os dados ainda são preliminares, mas são importantes para alertar os pais sobre sinais que merecem uma atenção especial.

Segundo Nolasco, a pessoa com TDAH tende a ter dificuldade para gerenciar o funcionamento cerebral. Afinal, o transtorno envolve principalmente um atraso do desenvolvimento cortical (processo de formação do córtex cerebral).

“É comum ouvir de pessoas com TDAH frases como: 'Eu tenho dificuldade de dormir e relaxar, porque tenho dificuldade de parar de pensar”, destacou. Ainda há muitas discussões para explicar esse comportamento. No entanto, os pesquisadores já avaliam que, do ponto de vista genético, o TDAH também pode ter uma correlação com genes relacionados a ritmos circadianos (conhecido como o relógio biológico).

De acordo com Nolasco, há estudos ainda que apontam que pessoas com TDAH tendem a ser mais vespertinas, pois, aparentemente, há uma dificuldade de ativação. “Em geral, os jovens têm um desempenho cognitivo melhor à tarde. Alguns países chegaram a atrasar o início das aulas para adolescentes, considerando esse tipo de avaliação. Mas, no caso de pessoas com TDAH, isso parece ser mais persistente. Não é só essa fase da vida”, finaliza o especialista.


FONTE: Por Revista Crescer
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