A modelo Meyllin Oliveira, de 20 anos, candidata a Miss Recife, foi assediada por um ciclista enquanto fazia fotografias na orla de Boa Viagem no último domingo (14). O vídeo que repercutiu na internet mostra o homem passando a mão nas nádegas da jovem. A vítima aparece sem reação, surpresa com a atitude do ciclista que configura crime de importunação sexual. Assista:
O programa Fique Alerta, da TV Pajuçara, desta terça-feira (16), entrevistou a advogada alagoana Júlia Nunes. Ela explicou que a importunação sexual é a prática de um ato libidinoso contra a vontade da outra pessoa e sem autorização dela. "Pode ser uma passada de mão, uma masturbação... Qualquer ato que atinja diretamente a integridade sexual da pessoa, sendo mulher ou homem. Se não tiver força ou grave ameaça, diferente do estupro, é importunação", disse.
"Normalmente quem comete o crime, já cometeu outro anteriormente. Se ele não for parado, a probabilidade é de repetir e com um crime ainda maior. Se não conseguiu filmar, a sua palavra vale muito. Ela é uma prova. Em um local com muitas pessoas, testemunha também é prova. Então pega o nome e o telefone das pessoas que presenciaram e leva para delegacia para que o homem possa, ao transcorrer do processo, ser condenado pela importunação", acrescentou ao destacar a pena, em caso de condenação, de um a cinco anos de reclusão.
Veja a entrevista na íntegra:
O caso contra a candidata a Miss Recife foi registrado como importunação sexual na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, em Recife.
Modelo desabafa
A jovem condenou o fato nas redes sociais. “Estou me sentindo suja, violada, bastante triste e constrangida com essa situação”, afirmou Meyllin.
Com relação a reagir ao assédio, Meyllin disse que ficou sem ação. “Na hora você fica completamente sem reação e não quis acreditar nem por um segundo que tudo isso estava acontecendo, porque nosso pensamento sempre é: 'Comigo não vai acontecer isso, vou reagir!' Mas quando acontece nos sentimos pequenas, sem chão e desprotegidas”, explicou a modelo.
“Não é porque trabalhamos como modelo que dá o direito de simplesmente tocar ou fazer qualquer outra coisa, merecemos respeito,” concluiu Meyllin na postagem.