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'Estava no lugar errado e na hora errada', disse suspeito de matar gari em mensagem à mulher

04/09/2025 18h27 - Atualizado há 18 horas
'Estava no lugar errado e na hora errada', disse suspeito de matar gari em mensagem à mulher
Renê da Silva Nogueira Júnior e Ana Paula Balbino Nogueira - Reprodução / Redes sociais

Renê da Silva Nogueira Júnior, preso sob suspeita pela morte de um gari em Belo Horizonte, disse em mensagem enviada para o celular de sua mulher, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, que estava "no lugar errado e na hora errada".

As conversas foram incluídas pela Polícia Civil de Minas Gerais no inquérito que apura a morte de Laudemir de Souza Fernandes.

Renê foi indiciado sob suspeita de homicídio, com agravante de crime fútil e impossibilidade de defesa da vítima, além de ameaça. Sua pena pode chegar a 35 anos de prisão.

Procurada, a defesa de Renê não ligou de volta até a publicação da reportagem. Em manifestação anterior, o advogado disse que só iria emitir posicionamento após a apreciação do Ministério Público de um pedido de reconstituição do episódio.

O documento anexado pela Polícia Civil ao processo mostra que as últimas mensagens de Renê enviadas para o celular da esposa não foram respondidas.

Por mensagem, Renê afirmou que estava no lugar errado e na hora errada (Foto: Reprodução)

Em uma delas, às 16h27, quando ele já havia sido abordado por policiais militares na academia, ele pediu para que a esposa entregasse para as autoridades a arma profissional dela (9 milímetros), não "a outra".

 

A outra é a de uso pessoal da delegada, que a perícia apontou como a arma de onde saiu o tiro que atingiu o gari no tórax.

Pouco tempo depois, às 16h52, Renê diz para a esposa "amor eu não fiz nada" e "estava no lugar errado e na hora errada". Esta foi a última vez que ele usou o telefone, de acordo com o inquérito.

Reprodução

Pouco mais de uma hora antes, Renê enviou um áudio para a esposa afirmando que havia sido abordado por policiais na academia e pediu que ela comparecesse ao local.

A polícia afirma no inquérito que o suspeito e a delegada fizeram várias ligações no dia do crime, sendo que uma delas, de sete minutos, aconteceu enquanto o suspeito passeava com os cachorros no prédio.

Naquele momento, segundo a polícia, o suspeito já tinha ciência de que havia atirado no gari, pois havia pesquisado no Instagram os termos "gari é morto em Betim" por volta do meio-dia, além de ter procurado por notícias veiculadas na imprensa sobre o caso.

Os delegados responsáveis pela investigação afirmaram que não é possível saber se a delegada teve ciência ou não de que Renê teria atirado no gari, porque o conteúdo das ligações entre eles não foi recuperado.

Ela foi indiciada sob suspeita de porte ilegal de arma - há previsão de punição a quem cede ou empresta o armamento -, porque o histórico de conversa entre eles mostra que ela tinha ciência de que o suspeito tinha acesso frequente à arma, diz a polícia.

O crime de porte ilegal de arma tem pena de 2 a 4 anos, que pode ser aumentada em 50% por envolver uma servidora pública. A reportagem não conseguiu contato com a defesa da delegada. Ela está afastada do cargo desde o dia 13 por motivos de saúde.

Além da investigação criminal, a corregedoria da Polícia Civil mineira instaurou procedimento disciplinar para apurar a conduta da servidora.

 

FONTE: Por Artur Búrigo / Folhapress
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