Imagina ter que conviver com o que é considerada a pior dor do mundo? Esse é o caso da empresária Ana Paula Medeiros, moradora de Maceió, que desenvolveu uma doença chamada neuralgia do trigêmeo, depois de sofrer um choque elétrico em um poste de energia elétrica.
A empresária fazia uma caminhada acompanhada da filha e do esposo, em 2024, quando tocou em um poste no Corredor Vera Arruda, no bairro Jatiúca, e a vida ganhou rumos, até então desconhecidos, com a condição de dor facial intensa, súbita e que afeta os nervos.
Ana Paula sofreu uma descarga elétrica e ficou presa ao poste, o que de acordo com laudos médicos ocasionou a doença gravíssima.
"A sensação que são vários choques, várias facadas, que eu começo, muitas vezes, a desmaiar", relata a mulher sobre o sofrimento causado pelas dores.
Tratamento de alto custo
Além do sofrimento físico e emocional, Ana Paula passou a enfrentar problemas financeiros para arcar com os altos custos das medicações e minimizar os danos da doença. Para se ter ideia, só uma dose de injeção muito usada por ela para amenizar dores custa R$ 500.
"Quase 20 mil por mês de tratamento. Começa a tirar dali, daqui, entre família, amigos, dependo da empatia", diz.
Ana Paula se comparou a uma paciente em cuidados paliativos. "Tem dias que não tenho sequer vontade de comer de tanta dor que estou sentindo, porque estou só nos paliativos".
A defesa da empresária entrou na justiça para que, entre outras questões, haja custeio total do tratamento por parte da Equatorial, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Alagoas.
Jogo de empurra de responsabilidades
Procurada, a Equatorial disse que o acidente envolveu um equipamento de iluminação pública, uma caixa de comando, cuja manutenção é responsabilidade da Prefeitura de Maceió. Segundo a nota, nas inspeções realizadas pela empresa, ficou constatado que o equipamento apresentava deterioração significativa e corrosão.
Já a Prefeitura, por meio da Ilumina, informou que o poste citado no incidente é de uso compartilhado, sendo de responsabilidade exclusiva da Equatorial no que se refere à rede de distribuição de energia e aos equipamentos a ela vinculados.
A Ilumina disse que não foi identificado qualquer registro de falha ou anormalidade nos sistemas de iluminação pública instalados no local e que não houve qualquer comunicação formal por parte da distribuidora Equatorial solicitando intervenção ou relatando risco elétrico na área. Ainda segundo a nota, técnicos da Ilumina estiveram no local e, após os devidos testes, não foi constatada a presença de corrente elétrica nos componentes sob responsabilidade do Município.