O rapper Oruam foi denunciado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado contra policiais civis, durante uma operação policial na casa do artista na madrugada do dia 22 de julho no Joá, na zona Oeste do Rio de Janeiro.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nessa segunda-feira (28). Nesta terça (29), a juíza Tula Correa de Mello da 3ª Vara Criminal aceitou a denúncia e tornou Oruam réu pelo crime.
O MP pediu a condenação de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno por tentativa de homicídio por meio cruel e torpe contra agentes de segurança pública.
O artista, que é filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, está preso desde a tarde do dia 22 de julho, quando se apresentou à polícia. Ele está detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, conhecido como Bangu 3.
Oruam é acusado de "arremessar pedras diversas vezes de grande peso e volume" e acertar no delegado Moysés Gomes e no oficial de Cartório da Polícia Civil Alexandre Ferraz. A Polícia Civil estava no local para cumprir um mandado de busca e apreensão contra "Menor Piu", menor de idade suspeito de atuar como segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, líder do Comando Vermelho e chefe do tráfico no Complexo da Penha.
A Promotoria de Justiça apresentou laudos periciais e a segunda Lei de Newton para qualificar o risco do lançamento das pedras contra os policiais. O órgão conclui que a força de impacto dos arremessos é "muito acima do limiar de fratura óssea craniana, podendo resultar em lesões letais imediatas".
A denúncia também cita os vídeos feitos pelo rapper, em que ele aparece "desafiando ostensivamente os agentes públicos, incitando a presença policial no interior do Complexo da Penha, localidade notoriamente conhecida por ser reduto da facção criminosa Comando Vermelho, com histórico de resistência armada contra forças de segurança". Em um dos vídeos em que Oruam publicou em seu Instagram, ele diz: "quero vocês virem aqui, pô, me pegar aqui dentro do complexom não vai me pegar...".
Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, que estava junto com o artista na casa, também foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado por arremessar pedras contra os agentes.
Ao receber a denúncia, a Justiça determinou a prisão preventiva dos dois acusados para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal. Oruam já está preso preventivamente em Bangu 3, mas a juíza expediu um novo mandado de prisão para o artista.
A CNN tenta contato com as defesas de Oruam e Willyam para um posicionamento. O espaço segue aberto.
Oruam é preso de "alta periculosidade"
O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, de 25 anos, foi classificado como preso de “alta periculosidade” pelas autoridades do Rio de Janeiro.
A definição consta na Guia de Recolhimento de Presos elaborada pela Delegacia de Capturas da Polinter e encaminhada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O documento o posiciona no terceiro nível mais alto de risco, em uma escala de quatro graus usada no sistema prisional do estado.
Segundo a Polícia Civil, a classificação de periculosidade leva em consideração o potencial de ameaça à segurança pública. Em nota, no caso de Oruam, a corporação destacou uma série de fatores que motivaram a identificação.
Entre eles, estão o fato dele ser "declaradamente associado ao Comando Vermelho; que faz uso do imóvel onde mora para receber foragidos da Justiça; que atentou contra a vida de policiais; e não se intimidou ao buscar refúgio na base da facção criminosa e insuflar simpatizantes e a própria quadrilha contra as forças de segurança".
Casos de presos considerados de alta ou altíssima periculosidade são analisados pelo Conselho de Inteligência das Polícias do Estado do Rio de Janeiro (Cinperj). O colegiado avalia aspectos como reincidência, gravidade dos crimes, uso de violência, vínculo com organizações criminosas e comportamento após a prisão.