04/11/2024 às 18h05min - Atualizada em 04/11/2024 às 18h05min

Governo de Alagoas e Instituto Serenas: Entenda a nova iniciativa para combater violência de gênero nas escolas estaduais

Primeira formação com lideranças educacionais aconteceu na última quinta-feira, no Centro de Formação Professor Ib Gatto Falcão, em Maceió

Governo de Alagoas

Objetivo da parceria é ampliar a consciência dos estudantes sobre os seus direitos

Cecília Calado / Ascom Seduc

O Governo de Alagoas, por meio das secretarias de Educação (Seduc) e da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), firmou uma parceria com o Instituto Serenas, organização sem fins lucrativos dedicada à prevenção de violências de gênero por meio da educação. A iniciativa reconhece as escolas não apenas como espaços de aprendizado, mas como ambientes onde meninas e mulheres precisam se sentir seguras e respeitadas.

A ideia é promover o letramento de gênero e capacitar profissionais que atuam diretamente com crianças e adolescentes, habilitando-os a acolher vítimas de violência, já que a escola, para muitos estudantes, é o único espaço seguro para relatar situações traumáticas e buscar ajuda. Outro objetivo da parceria é ampliar a consciência dos estudantes sobre os seus direitos e desconstruir normas e preconceitos ligados ao gênero, desenvolvendo futuros cidadãos e cidadãs capazes de reproduzirem relações saudáveis e livres de discriminações.

Já em curso, o primeiro encontro com as principais lideranças educacionais aconteceu na última quinta-feira (31) no Centro de Formação Ib Gatto Falcão, localizado no Cepa, em Maceió. A jornada formativa intitulada “Construindo escolas seguras para todas as meninas” contou com a presença da secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos, que, na ocasião, ressaltou a importância do projeto: “É com enorme satisfação que a Seduc abraça essa causa junto com a Semudh e o Instituto Serenas. Agradeço à Semudh, que, desde o início, reconheceu a necessidade dessa parceria e uniu forças em prol da proteção das nossas meninas e mulheres”, declara.

A secretária também destacou que a formação iniciou com algumas lideranças, mas o objetivo é expandir o treinamento para gestores que estão na linha de frente das escolas. “Queremos que esse trabalho alcance aqueles que enfrentam diariamente situações delicadas com nossos estudantes e, muitas vezes, não sabem como lidar ou realizar os devidos encaminhamentos. Precisamos levantar essa bandeira contra a violência de gênero e ser multiplicadores dessa causa em nossas casas, trabalhos e círculos de amizade,” conclui a secretária.

Início e próximos passos

“Escolas seguras, meninas livres para sonhar” é o lema que guia a parceria entre o Governo de Alagoas e o Instituto Serenas, que conta com o financiamento do Fundo Canadá para Iniciativas Locais (CFLI/FCIL). Para a secretária executiva da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Dilma Pinheiro, o apoio do Fundo Canadá é de extrema importância para execução do projeto. “Começamos unindo forças e buscando recursos para planejar tudo da melhor forma. Alagoas é um dos estados com os maiores índices de violência contra a mulher, especialmente entre as meninas mais novas. Por isso, precisamos iniciar uma mudança na educação, pois acreditamos que essa é a principal ferramenta para transformar a vida das pessoas”, diz ela.

Pensando nos próximos passos e nas formações que, em breve, terão seus calendários divulgados, Graziela Santos, gestora de Políticas Educacionais do Instituto Serenas, reforça a importância de abordar a pauta da violência de gênero ao longo do ano, e não apenas em datas comemorativas como o Dia Internacional da Mulher. “É fundamental que esse debate faça parte do planejamento pedagógico e seja abordado continuamente. Estamos aqui unindo forças para que meninas e mulheres conheçam seus direitos o ano inteiro, para que possam ser verdadeiramente livres para sonhar e tenham expectativas de aprendizagem e oportunidades, sem que estereótipos de gênero interfiram em suas escolhas. Então o primeiro passo é letrar a educação, com formação, distribuição de materiais educativos e outras ações que ainda estão em planejamento” finaliza a gestora do Instituto.