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31/08/2024 às 12h23min - Atualizada em 31/08/2024 às 12h23min

Café Literário: reeducandos interpretam obras dentro de unidade prisional

Quarta edição do projeto teve como homenageado o escritor Carlito Lima

Governo de Alagoas
Reeducandos têm a oportunidade de interpretar obra do escritor Carlito Lima
Regina Carvalho e Janaina Marques / Ascom Seris
 

Se a prática da leitura pode mudar um cidadão que tem uma vida comum, com direito à liberdade, imagina o que ela pode oferecer a quem está encarcerado. Essa é uma revolução que só as letras podem proporcionar e acontece dentro do sistema prisional alagoano, que tem mensalmente momentos memoráveis. Trata-se do projeto Café Literário, promovido pela Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Academia Alagoana de Letras (AAL).

 

A quarta edição, realizada em 28 de agosto, trouxe em seu formato uma apresentação musical com interpretação da obra literária estudada. A presença de “imortais” da AAL no sistema prisional mantém e preserva o momento de interação raramente ocorrido em outros estabelecimentos prisionais no país: pessoas privadas de liberdade e intelectuais, juntos.

  

“Além desse momento enriquecedor de um valor que não tem nem como descrever, os reeducandos interpretam a obra da maneira deles e o autor homenageado vai interagir com eles finalizando esse trabalho e fazendo a validação”, destaca a policial penal Clarice Damasceno, gerente de Educação e Cidadania da Seris.

 

No presídio Baldomero Cavalcante, os custodiados fizeram uma apresentação artística, e utilizaram música e poesia para a interpretação do livro. “Para além de todos esses ganhos pessoais, os reeducandos têm a oportunidade de estarem juntos ao autor e terem esse momento cultural e artístico. Além disso, eles vão remir a pena na mesma situação que ocorre com o ‘livros que libertam’ (projeto da Seris em parceria com o Tribunal de Justiça)”, complementa Damascena.

 

O presidente da Academia Alagoana de Letras, Alberto Rostand Lanverly, ressaltou a importância da parceria com a Seris. “Essa parceria é uma forma segura de levar aos sombrios corredores dos presídios alagoanos um brilho especial, sendo cada página virada pelos reeducandos um verdadeiro sopro de liberdade e acompanhado desse momento fantástico surge o Café Literário que se transformou numa das estrelas do projeto Livros que Libertam, não somente radiosa, como gigante”, frisa.

 

Rostand Lanverly define o Café Literário como uma ferramenta fantástica. “Com isso nós estamos mostrando que a criatividade das pessoas ela cada vez aumenta a partir do momento que ele consegue através da leitura de cada página virada trazer à luz o segredo das letras potencializando e fazendo vir à tona de maneira verdadeira e linda a certeza de que saber é a grande ferramenta necessária para redenção de um povo. O Café Literário está levando aos presidiários um alento”, completa o presidente da AAL.

O livro “Maceió, minha linda” é um romance que tem como inspiração a capital Maceió, cidade em que o autor, que é pernambucano, apaixonou-se logo que a conheceu.

 

“Essa parceria da Seris e da Academia Alagoana de Letras gera frutos que vão continuar por muito tempo dentro do sistema prisional e até depois que a pessoa estiver em liberdade. Nosso papel é ressocializar, reintegrar à sociedade e estamos conseguimos avançar muito, somos reconhecidos pelas ações que desenvolvemos”, afirma o secretário Diogo Teixeira.

 

"A leitura liberta"

 

O presídio Baldomero Cavalcante foi selecionado para sediar a quarta edição do Café Literário, que contou com a vinda de integrantes da Academia Alagoana de Letras, que fizeram a doação dos livros do escritor que foi fonte de discussão. Os reeducandos, por sua vez, tiveram a missão de interpretar a obra literária e apresentá-la ao escritor.

Para o reeducando Carlos Henrique, um dos participantes do Café Literário, o projeto é mais que literatura, é a reescrita de histórias de vida. “Muitos de nós nem gostávamos de ler, mas com o projeto Livros que libertam e o Café Literário, percebemos que é mais que uma simples leitura, é mudança de pensamento e atitude, porque a leitura liberta”, conclui.

 

 

A primeira edição do Café Literário foi realizada na Penitenciária de Segurança Máxima, em Maceió;  a segunda, no Presídio Santa Luzia; e a terceira edição no NRC.


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