25/01/2024 às 15h27min - Atualizada em 25/01/2024 às 15h27min
Calote de 2 mil: JHC deixa os artistas de Maceió na mão, mas manda um 'pix' rechonchudo de 8 milhões para a Beija-Flor do Rio.
Os forrozeiros soltam a voz: "Seu prefeito, dá uma força, pague nosso cachê."
Agência de Notícias
Foto: Reprodução
Na pegada do "hino" Asa Branca, os artistas de Maceió estão lá, firme e forte, reivindicando, sete meses depois, os cachês combinados no São João de 2023: "Seu prefeito, ó, paga o nosso cachê, seu prefeito, dá uma moral, paga o nosso cachê!" O protesto virou até notícia de capa no Plantão Alagoas (TV Ponta Verde) na terça-feira (23/1).
De acordo com a representante da Associação dos Forrozeiros de Alagoas, a grana devida a 25 artistas locais bate na casa dos R$ 60 mil, com cada um faturando, em média, R$ 2 mil de cachê. "Isso é só a metade do que pagaram nesse evento aí (tô falando do Massayó Verão), que desembolsou uns trocados mínimos de R$ 120 mil", solta a pérola Rosiane Pedrosa, da Asforral.
Enquanto a revolta rola solta, o prefeito JHC de Maceió faz a festa e acaba de soltar adiantado R$ 8 milhões de patrocínio, grana que a gente ajudou a juntar, para a Escola de Samba Beija-Flor do Rio de Janeiro. Foram 5 parcelas de R$ 1,6 milhão, três pagas ainda em 2023, somando uns R$ 4,8 milhões, e as outras duas, R$ 3,2 milhões, foram despejadas na conta no dia 19 de janeiro de 2024, quase um mês antes do Carnaval.
Os forrozeiros e artistas populares estão de cabelo em pé com o tratamento diferenciado aos artistas nacionais. "Eles recebem 50% no dia e 50% para subir no palco", conta Gil Neves, um dos forrozeiros que se jogou no protesto, falando das estrelas do Massayó Verão.
A prefeitura de Maceió, de acordo com o Portal da Transparência, já soltou mais de R$ 7 milhões para os artistas nacionais do Massayó Verão, e a maioria embolsou a grana no mesmo dia ou na ressaca do show.
Eles deram um verdadeiro show no São João, espalharam alegria e agora querem o deles. "Dois mil reais era o nosso cachê. Muitas promessas, mas a grana na conta é quase um unicórnio, até agora nada", desabafa Giseldo Barbosa, outro forrozeiro que estava no fervo do protesto.
Ao menos 25 grupos musicais ficaram a ver navios após terem sido contratados para animar a festa junina de Maceió em 2023. "Merecemos mais valor, afinal, são tantos artistas bons, a gente se mata de trabalhar e até agora, nada", solta o verbo outro artista.
"Falta compromisso da gestão pública com a cultura popular. O débito total para resolver o pagamento é de R$ 60 mil reais. Eles prometeram e até agora nada. É mole ou quer mais?", destaca Rosiane. Aplausos para a transparência e o comprometimento, não é mesmo?