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04/09/2023 às 20h04min - Atualizada em 04/09/2023 às 20h04min

Governadores do Brasil vão à China em busca de ‘novo momento’

Alagoas mira principalmente investimentos em tecnologia e em energias renováveis

Alagoas Atenta com Governo de Alagoas
Governador Paulo Dantas cumpre agenda oficial de oito dias na China
Wendel Palhares

O governador Paulo Dantas (MDB) começa, nesta segunda-feira (04), uma agenda oficial de oito dias na China. O roteiro é semelhante ao de outros governadores do Nordeste e de outras regiões do país, que buscam o país asiático para firmar uma “nova rota da seda”. Este ano, Bahia, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte já tiveram missão sino-brasileira, e o Piauí irá em outubro.

  

No embarque, Paulo declarou que Alagoas precisa estar na mesa de negociações com as grandes empresas mundiais. “Hoje, a China é a maior parceira comercial do Brasil e, com a recente visita do presidente Lula ao país, as relações estão melhores e Alagoas surge como uma terra de oportunidades para a atração de novas indústrias chinesas, como a de fibra ótica ZTT, que está instalada em Marechal Deodoro, gerando emprego e renda para os alagoanos”, afirmou Dantas.

 

Alagoas mira principalmente investimentos em tecnologia e em energias renováveis. A principal agenda da delegação alagoana é a palestra do governador para empresários na Feira Internacional de Indústria e Comércio de Xiamen. A feira é um dos maiores eventos comerciais da China, e é organizada pelo Governo Provincial de Fujian. Nela são apresentadas as novidades de empresas chinesas e internacionais relacionadas aos setores de água, tratamento de resíduos, limpeza, investimentos, mercado financeiro e saúde.

 

O convite para a participação na feira partiu da Embaixada da China no Brasil no mês de julho. Além de Alagoas, participam do evento os governos estaduais de Rondônia, Tocantins, Amazonas, Paraná e Mato Grosso do Sul.

 

O governador Paulo Dantas também terá agenda nos BRICS, no Consulado do Brasil em Xangai e fará uma visita à fábrica da ZTT, de fibra ótica, em Nantong e à Fábrica da Huawei, maior empresa de tecnologia do país asiático, em Shenzhen. As duas empresas chinesas já desenvolvem trabalho em Alagoas e têm planos de expansão dos negócios no Estado. Também estão previstas rodadas de negócios com empresários e universidades.

 

Nordeste

 

A relação Nordeste-China já apresenta resultado em outras unidades da região. Na Paraíba, o governo João Azevêdo firmou parceria com a empresa CETC54 para a implantação de um radiotelescópio no município de Aguiar. No Maranhão, o governador Carlos Brandão viajou a Pequim para retomar as negociações sobre a instalação de uma siderúrgica e uma refinaria no estado. 

 

A China também é o principal parceiro comercial estrangeiro da Bahia, com destaque para a exportação de algodão, polietileno e soja. O governador Jerônimo Rodrigues esteve no país em março visitando a gigante de tecnologia chinesa Huawei. A Bahia foi contemplada com a instalação da fábrica de automóveis BYD, em Camaçari, na antiga planta da Ford.

 

Já o governador cearense Elmano de Freitas assinou três acordos com empresas chinesas este ano para investimento em energia eólica, solar, hidrogênio e combustíveis dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A produção de energia renovável está no radar também da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Em vista recente à China, ela assinou dois protocolos de intenções com as empresas China General Nuclear e Power Corporation (energia eólica, solar é gás) e a State Power Investment Corporation (SPIC), que planeja instalar um parque solar com uma potência de 500 megawatts.

 

Rota da Seda

 

Por cerca de 15 séculos, o ocidente manteve com o oriente um roteiro comercial movimentado para a troca de mercadorias produzidas em pontos tão distantes do mundo. Se por um lado os países ocidentais vendiam armas, uvas, mel e produtos têxteis, por outro, compravam seda, chá, tinturas, pedras preciosas e porcelana. Era a chamada Rota da Seda (ou rotas, como defendem os historiadores modernos), encerrada em 1453 pelo Império Otomano.

 

Agora, seis séculos depois, os governadores do Nordeste refazem o caminho, tendo a gigante China como destino. A nova “Rota da Seda” não está em busca de iguarias nem de tigelas produzidas artesanalmente com argila branca, ainda hoje apreciadas em todo o mundo. O foco agora são as novidades tecnológicas produzidas pelas indústrias chinesas, que estão em busca de parcerias para expandir seus negócios.

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