O inquérito dos atos democráticos virou palco de atrito entre a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. O último desentendimento, exposto nos papéis, girou em torno do pedido, revelado pela coluna Painel da "Folha de S. Paulo", da autoridade policial de busca e apreensão na casa de Fabio Wajngarten, ainda secretário do governo Bolsonaro, e na Secretaria de Comunicação. A PGR se manifestou contra a medida, e a PF sugeriu falta de coerência do órgão e ausência no ímpeto demonstrado no início da apuração.
O argumento da PF se refere ao fato de a PGR ter solicitado dias antes buscas contra deputados, ativistas, jornalistas e apoiadores do presidente, mas ter sido contra as ações na Secom e em cima de Wajngarten. A leitura na polícia é a de que a procuradoria diminuiu o ritmo pela proximidade dos alvos com o Palácio do Planalto.
Agora, a disputa nos bastidores é sobre o relatório entregue pela PF em dezembro com o resumo das diligências. A PGR entende que a delegada não encontrou provas dos crimes investigados. A polícia entende que não avançou sobre uma parte, até por falta de apoio da procuradoria, e que há outros crimes a serem investigados.(Folhapress)