Cenas comuns em assaltos a instituições financeiras fizeram parte do simulado do Plano de Defesa realizado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) nos municípios de Penedo e Coruripe, entre a noite dessa quinta-feira (10) e a madrugada desta sexta (11).
Na ação, que reuniu policiais militares, civis, científicos e bombeiros militares, a população das cidades pôde acompanhar uma simulação baseada na atuação criminosa conhecida como “Novo Cangaço” ou “Domínio de Cidades”. A ideia visa capacitar as forças policiais para uma resposta rápida e aceitável frente à ação de organizações criminosas.
O simulado mostrou um ataque na agência do Banco Santander, localizada na Rua Lindolfo Simões, no Centro de Coruripe, por volta das 22h. Em seguida, houve a negociação para liberação de reféns usados nesse primeiro atentado, realizado para tentar atrair a atenção das forças de segurança, e prisão dos criminosos.
A dinâmica da capacitação teve continuidade com explosões na agência do Bradesco, que fica na Avenida Duque de Caxias, no Centro Histórico de Penedo. Na cidade, os criminosos fortemente armados colocaram em prática as táticas adotadas no domínio de cidades. Ao mesmo tempo, as forças de segurança aplicavam a metodologia de atuação prevista no Plano de Defesa, desenvolvido durante o 4º Estágio de Plano de Defesa, iniciado na última segunda-feira (7).
Com a chegada do esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Instituto de Criminalística, da Polícia Científica, começaram os trabalhos para desativação do artefato explosivo deixado dentro da agência pelos criminosos. As equipes colheram vestígios e outras informações necessárias para auxiliar as investigações.
O simulado prosseguiu com a fuga dos assaltantes, que levaram reféns. A interceptação dos criminosos ocorreu às margens do rio São Francisco, no local onde as balsas iniciam a travessia para o outro lado do Velho Chico, em Sergipe. Lá, o Centro de Gerenciamento de Crises da PM, com apoio de equipes do Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre), da Polícia Civil, e do Bope, negociou a liberação dos reféns e a prisão dos assaltantes.
“Os agentes desempenharam o plano que chegou aos moldes da realidade, para que a gente pudesse testar sua eficiência. Agora, o documento será apresentado às autoridades e servirá como trabalho acadêmico a ser consultado e posto em prática quando necessário”, afirmou enfatizou o coordenador do estágio, capitão Diego Mahatma.
Estiveram envolvidos também na execução do Plano de Defesa da SSP, equipes do 11° Batalhão da Polícia Militar, Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Grupamento Aéreo, Marinha do Brasil, Polícia Federal, equipes das prefeitura de Penedo e de Coruripe, a empresa de transporte de valor Prosegur, as instituições bancárias envolvidas e a sociedade civil em geral.
Todos os trabalhos foram acompanhados pelo secretário da Segurança Pública, Flávio Saraiva. “Nós estamos formando uma doutrina para o enfrentamento a uma modalidade criminosa bem recente, que se trata de uma evolução do assalto a banco. Os criminosos que atuam no ‘Novo Cangaço’ são letais, usam armamentos de grosso calibre e muito sofisticados e veem certos para enfrentar as forças de segurança numa ação desse tipo. Então estamos treinando para estarmos preparados caso venha a acontecer situações assim em nosso território”, enfatizou o secretário.